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terça-feira, janeiro 17, 2006

 

Problema da Produtividade

Como é do conhecimento de todos, Portugal tem um grave problema de produtividade e muito se discute, com diversas sugestões sobre como resolver este problema, mas parece que só se discute, não se pensa em "andar p'rá frente".
Vejamos o seguinte exemplo de falta de produtividade, e que é um problema criado por todos nós. Sempre que deitamos para o chão uma beata ou um papel, podemos estar a pensar que é apenas uma gota de água. De facto, não é por uma gota de água que há o problema. Quando muitas gotas de água se juntam é que é o problema. Resultado: cria-se uma sujidade que foi provocada pela acção humana, sem que o ser humano tenha tido algum ganho com isso. E são pequenos gestos que fazem a diferença.
E que tem isto a ver com a produtividade? Muito, aliás. Vejamos. Com o lixo criado, os Municipios têm pessoas que a sua unica função é varrer o lixo das ruas. Estão a limpar o que desnecessariamente sujamos. Produtividade? Nada é criado com a limpeza das ruas, logo, não se cria valor nem valoriza o trabalho.
Curiosamente, Portugal à uns anos era um local estratégico para empresários (e pessoas com poder de decisão) do continente americano e asiático se encontrarem e fazerem as suas negociações. Mas deixou de o ser. Porquê? Por coisas que no mínimo serão irrisórias. Na cidade do Porto, esses empresários argumentaram com a antipatia, falta de higiene e aspecto dos taxistas, para terem desistido de virem até cá para fazerem as suas negociações. Daqui, o aspecto é talvez aquela caracteristica que pouco se poderia fazer, mas melhorando as outras (são profissionais, têm que ser simpaticos e minimamente limpos para transportar os passageiros), até essa perdia importância. Em Lisboa, a razão foi por haver demasiados "cócós" de cão nos passeios... Sem comentários. Curiosamente, e como comparação, em França, uma pessoa se se esquece de apanhar o "cócózinho" do seu animalzinho, é perfeitamente possível outra que tenha visto dizer "Não se esqueceu de nada ou quer que lhe envie por correio?!". E não se viam na rua muitos no chão.
Resumindo, se cada um souber se responsabilizar pelos seus actos, a sociedade funcionaria muito melhor.

Mau Maria:
muito bem mesmo!
 
Obrigado, mas gostaria no entanto de ouvir outras opiniões, e como já falamos sobre isto em jantares, que tal dares a tua, amigo confucio? :)
1 Abraço
 
Heya Confúcio, Grande Mestre!!! Tudo bem ctg?? Que bom encontrar-te por aqui :)

Pois eh... por muito que esses argumentos (taxistas porcos e malcriados, cagalhões no chão) pareçam ridículos, a verdade é que dão uma imagem de um povo: desleixado, mal educado e pouco preocupado com os outros. Se o dono do cãozinho não pensasse só nele, lembrar-se-ia que ng tem culpa que ele queira ter 1 bichinho (o ke eh louvável ateh) e ng tem obrigação que passear por 1 rua mal cheirosa e onde se habilita a receber 1 presente na sola dos sapatos se não for com a cara virada pró chão...
Infelizmente, por muito que me custe a admitir o português típico (obviamente que há excepções) é desleixado e tem dificuldade em pôr-se no lugar dos outros e é aldrabão por natureza!!! E são mesmo estes pequenos pormenores que mostram os nosso piores defeitos e ofuscam as nossas grandes qualidades (SIM, porque tb as temos!!!).
 
Acontece que não é só na educação que se deve apostar. É talvez um factor crucial, mas aliado a outros.
De facto, o nosso país tinha vantagem competitiva aqui à uns anos em relação aos restantes membros da União Europeia. Mas essa vantagem era apenas na mão-de-obra, que não era qualificada e com isso os salários eram mais baixos. Contudo, essa vantagem não foi aproveitada e neste momento, com mais 13 países que entraram depois para a UE, grande parte dos novos membros conseguem oferecer salários mais baixos que em Portugal e assim as empresas migraram para essas paragens.
Mónica, o teu comentário está interessante, mas penso que estás a argumentar como todos os que têm conhecimento fazem. A análise da regressão é importante, mas é necessário passar essa comunicação para o senso comum, para o português que todos entendam. E como sabes, a regressão linear é apenas uma média de uma tendência. Os desvios (R^2) são tão ou mais importantes que a propria recta.
Não te esqueças que apenas 9% da populaçao portuguesa tem curso superior. Se excluirmos os cursos de direito, linguas, sociologias, provavelmente medicinas, historias, e outros cursos em que não terão econometria no seu plano curricular, deverão ser muitos menos, menos de 5%. Isto sem excluir aqueles que tiveram essa cadeira e que apenas passaram por passar, só para acabar o curso. Portanto, só uma pequena elite é que poderá compreender isso.
 
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